Junho e seus significados políticos
Jean Tible (DCP/USP) e Ramon Szermeta (pesquisador autônomo)
Curso FESPSP
Esse programa é um convite. Um convite à reflexão coletiva, à pesquisa-luta. A partir do Junho disruptivo, tenta pensar e imaginar políticas (existentes e por vir), organizando um debate plural. Todos/as, inscritos/as ou não, são bem-vindos/as.
Dinâmica: Aulas expositivas e organização de debates em sala. Leitura de textos teóricos, etnográficos, posição e documentos de atores políticos e matérias nas diversas mídias. Participação de convidadas em algumas aulas.
>>Será criado uma plataforma com os textos e documentos citados.
>> 8 sessões de 4h
>> 1ª sessão
Democracia e Estado; representação, autonomia e movimentos
Apresentação de cada um/a e conversa sobre a dinâmica do curso.
Política selvagem e pesquisa-luta.
Antonio Negri. O poder constituinte: ensaio sobre as alternativas da modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2002 [1992] (capítulo 7 “A constituição da potência”).
Jacques Rancière. O ódio à democracia. São Paulo, Boitempo, 2014 (capítulo Democracia, república, representação).
Marilena Chaui. Cultura e Democracia. São Paulo, Cortez, 2000 (capítulo Representação ou Participação?).
Karl Marx. Guerra civil na França (1871). Parte 3.
Alana Moraes, Henrique Parra, Hugo Albuquerque, Jean Tible e Salvador Schalvezon. “A periferia contra o Estado? Para escapar das ciências tristes! Criemos outras possibilidades”. Urucum, 24/4/17.
>>2ª sessão
Brasil pré-2013: democratização, consenso do lulismo, movimentos subterrâneos (os sintomas e os antecedentes)
André Singer. “Raízes sociais e ideológica do lulismo”. Novos Estudos, n.85, 2009.
Ralés, batalhadores e uma nova classe média. Entrevista especial Jessé de Souza. IHU, 23/1/01.
Marcos Nobre. “O fim da polarização”. Revista Piauí n.51, dezembro de 2010.
+ matérias e documentos sobre lutas do período
>>3ª sessão
Junho como parte de um ciclo internacional?
Junho e o contexto latino-americano. Junho e a conjuntura mundial.
Oscar Vega Camacho. “Novas configurações”. Le Monde Diplomatique Brasil, 5/3/10.
Gloria Muñoz Ramírez. EZLN: el fuego y la palabra. Buenos Aires, Tinta Limón, 2004.
Colectivo Situaciones. 19y20: apuntes para un nuevo protagonismo social. Buenos Aires, Tinta Limón, 2002.
comité invisible. Aos nossos amigos. São Paulo, n-1, 2016.
David Graeber. Um projeto de democracia: uma história, uma crise, um movimento. São Paulo, Paz e Terra, 2015.
Beatriz Preciado. Nós dizemos Revolução (2013).
>> 4ª sessão
A faísca: 13 de junho de 2013
O que ocorreu naquele dia? A pauta do transporte no contexto de um capitalismo logístico. As revoltas da catraca e do buzu. A violência policial e repressão. São Paulo.
MPL-SP. “Por uma vida sem catracas”.
Peter Pal Pelbart. “Anota aí: Eu sou Ninguém”. Folha de São Paulo, 19/07/2013.
Elena Judensnaider, Luciana Lima, Marcelo Pomar e Pablo Ortellado. Vinte centavos: a luta contra o aumento. São Paulo, Veneta, 2013.
Sandro Mezzadra e Brett Neilson. “Extraction, logistics, finance: global crisis and the politics of operations”. Radical Philosophy, 178, 2013.
+ matérias e documentos sobre lutas do período
Convidada: May Vivian (ativista, foi militante do MPL-SP)
>>5ª sessão
A explosão: os dias loucos (desdobramentos imediatos de Junho)
Alana Moraes, Bernardo Gutiérrez, Henrique Parra, Hugo Albuquerque, Jean Tible, Salvador Schalvezon (Orgs). Junho: potência das ruas e das redes. Friedrich Ebert Stiftung, 2014.
nota do MPL sobre reunião com Dilma.
+ matérias e documentos sobre lutas do período
Convidada: Natalia Szermeta (coordenadora do MTST-SP)
>>6ª sessão
O levante da direita e impedimento de Dilma Rousseff
Ana Beraldo de Carvalho, Breilla Valenna Barbosa Zanon, Giulliano Placeres. A direita no Brasil em um novo ciclo políco: uma análise sobre o Movimento Brasil Livre (MBL). UFSCAR.
Marina Amaral. A nova roupa da direita. Agência Pública, 23/6/15.
Lee Fang. Esferas de Influência: como os libertarians americanos estão reinventando a política latino-americana. The Intercept, 11/8/17.
+ matérias e documentos sobre essas mobilizações
>> 7ª sessão
Apresentação de seminários e discussão dos trabalhos finais
>> última sessão
Balanços e perspectivas: Democracia e novas subjetividades; Autonomia e comum
Coletivo DAR (org.). Dichavando o poder: drogas e autonomia. São Paulo, Autonomia Literária, 2016.
Beatriz Perrone-Moisés. Festa e guerra. Tese de livre docência, DA/FFLCH/USP.
Alana Moraes, Jean Tible, Bruno Tarin (orgs.). Cartografias da Emergência: Novas Lutas no Brasil. Friedrich Ebert Stiftung, 2015.
Leila Saraiva. Não leve flores: crônicas etnográficas junto ao Movimento Passe Livre-DF. Dissertação em Antropologia Social, UnB, 2017.
José Celso Martinez Corrêa, Balbucio grávido de arte política. 31 de agosto de 2015.
Mães de Maio: dez anos dos crimes de maio de 2006. André Caramante (org.). São Paulo, Editora nós por nós, 2016.
Tatiana Roque. “Os novos movimentos se constituem a partir de diagramas (e não de programas)…”. DR, n.1.
+ matérias e documentos das “novas lutas”
Convidadas a definir
Bibliografia complementar
aula 1 (introdução)
Ernesto Laclau. “Representación y movimientos sociales”. Revista Izquierdas, n.15, abril 2013.
David Graeber. Um projeto de democracia: uma história, uma crise, um movimento. São Paulo, Paz e Terra, 2015
Vários. Nociones comunes: experiencias y ensaios entre investigación y militancia. Madrid, traficantes de sueños, 2004.
aula 2 (sintomas)
André Singer. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.
Jessé Souza. Os batalhadores brasileiros e A ralé brasileira. Belo Horizonte, UFMG, 2010.
Marcos Nobre. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São Paulo, Companhia das Letras, 2013.
aula 3 (internacional)
Manuel Castells. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro, Zahar, 2013.
Javier Toret. Tecnopolítica del 15M: la insurgencia de la multitud conectada (2012).
Judith Butler. “Bodies in Alliance and the Politics of the Street”. EIPCP, 09/2011.
Occupy, Movimentos de protestos que tomaram as ruas – Vários Autores.
Boitempo Editorial e Carta Maior, 2013.
documentário: The Square (Jehane Noujaim, 2013)
aula 4 (faísca) e aula 5 (dias loucos)
Luiz Inácio Lula da Silva. “Novas vozes no Brasil”. New York Times, 16/07/2013.
Pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff. 21/06/2013
Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro – O Globo, Editorial, 31/08/2013.
André Singer. Brasil, junho de 2013: Classes e ideologias cruzadas -.
Novos Estudos, CEBRAP nº 97 – Novembro de 2013.
Marcos Nobre. Choque de Democracia: razões da revolta. São Paulo, Companhia das Letras, 2013.
David Harvey. “El tipo de ciudad en que queremos vivir está ligado al tipo de personas que queremos ser” e “No hay nada malo en tener un huerto comunitario, pero debemos preocuparnos de los comunes a gran escala”.
Paulo Spina. O Movimento Passe Livre São Paulo: da sua formação aos protestos de 2013. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, UNIFESP, 2016.
Teresa Caldeira. “Social Movements, Cultural Production, and Protests São Paulo’s Shifting Political Landscape”. Current Anthropology Volume 56, Supplement 11, October 2015
Marco Aurélio Nogueira. As ruas e a democracia, ensaios sobre o Brasil contemporâneo. Contraponto, 2013.
Cidades Rebeldes, Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil – Vários Autores. Boitempo Editorial e Carta Maior, 2013.
Aldo Fornazieiri. Os protestos e a tragédia urbana – 14/06/2013.
Bruno Cava. A Multidão foi ao Deserto. Editora Annablume, 2013.
Paulo Arantes. Depois de junho a paz será total –. Artigo no Livro “O novo tempo do mundo”. Boitempo, 2015.
Rosana Pinheiro-Machado. “Etnografia do ‘rolezinho’”. CartaCapital, 15/1/14.
Leo Vinicius. A guerra da tarifa 2005: uma visão de dentro do MPL-Floripa. Faísca Publicações Libertárias, 2005.
Documentários “Com Violência”, Coletivo Nigéria. Amanhã vai ser maior” (coletivo, 2005) e “Revolta do Buzú” (Carlos Pronzato, 2003).
“Amanhã vai ser maior” (coletivo, 2005)
“Revolta do Buzú” (Carlos Pronzato, 2003)
aula 8 (perspectivas)
Alana Moraes. “Da revolução feminista e o problema do futuro. Bruxas de todos os mundos: distribuí-vos!”. Urucum, 11/3/17.
Antonia Campos, Jonas Medeiros e Márcio Ribeiro. Escolas de luta. São Paulo, Veneta, 2016.
Benjamin Arditi. Las insurgencias no tienen un plan—ellas son el plan: performativos políticos y mediadores evanescentes. Disidencia, vol.10 n.2, 2013.
Caetano Patta. Contestando a ordem: um estudo de caso com secundaristas da Zona Leste Paulistana. Dissertação de Mestrado em Ciência Política, USP, 2017.
Comite de Resistência Curda (org.). A Revolução Ignorada – Liberação da mulher, democracia direta e pluralismo radical no Oriente Médio. São Paulo, Autonomia Literária, 2016.
Daniel Guérin. Rosa Luxemburgo e a espontaneidade revolucionária. São Paulo, Perspectiva, 1971.
Felix Guattari. Revolução Molecular: pulsações políticas do desejo. São Paulo, Brasiliense, 1981.
Guilherme Boulos. Por que ocupamos? São Paulo, Autonomia Literária, 2016.
Jo Freeman. “A Tirania das organizações sem estrutura” (1970).
Martha Kiss Perrone e Fábio Zuker. “Por que ocupamos…”. Nossa Voz, agosto de 2016.
Lincoln Secco. “A escola retomada”. CartaMaior, 22/11/15.
Lincoln Secco. “Secundaristas”. Blog da Boitempo, 24/5/16.
Lucas Keese. A Esquiva do Xondaro. Dissertação de Mestrado, DA/FFLCH/USP, 2017.
Maria Galindo (entrevista por Alana Moraes, Mariana Patrício e Tatiana Roque). DR 3.
Hakim Bey. TAZ: zona autônoma temporária. São Paulo, Conrad, 2011.
Michael Hardt e Antonio Negri. Declaração: isto não é um manifesto. São Paulo, n-1 edições, 2014.
Peter Pál Pelbart. Carta Aberta aos Secundaristas. São Paulo, 2016
Revista Organismo Parque Augusta, n.1.
Tiarajú Pablo D´Andrea. A Formação dos Sujeitos Periféricos: Cultura e Política na Periferia de São Paulo. Tese, DS/FFLCH/USP, 2013.
Henrique Parra. Política do protótipo: o caminho se faz caminhando. Milharal, 2017.